sábado, 2 de agosto de 2008

Tempo de Vida

Um certo dia tive vontade de subir a rua em que morava até a esquina. Lá, quis entrar na ruela à esquerda, até um terreno grande abandonado. São aquelas vontades ilógicas que dão, aparentemente sem sentido, porém, nos leva a reagir meio instintivamente. Entendemos pela experiência que em tudo há um propósito, e para descobrirmos qual a razão de algum evento, a nossa função é apenas dar uns passos e olharmos em determinada direção. Achei uma plantinha jogada sem raiz, o que é um indicativo racional de que praticamente não tem vida. Peguei a plantinha com ternura, levei-a para casa e plantei-a, ainda sem forças, num vaso. Adubava a terra, regava a planta, até que um dia para a minha surpresa eu a vi enrigecer-se, e ficar frondosa. Agora havia vida ali!
Passaram-se duas semanas e a planta brotou um abacaxizinho. Incrível! Eu mesmo o comi mais tarde. Um sabor tão doce!
Dias depois a plantinha morreu, entretanto, eu entendi a mensagem.

O que é a lógica, a razão diante da ternura?
E com ternura percebe-se beleza naquilo que a razão ludibria.
Qual o tempo necessário para se sentir bem e para fazer o bem?
Um breve tempo para se fazer bem propaga uma sensação duradoura e sentimentos eternos.

Em pouco tempo a planta viveu e deixou a sua marca. Cumpriu seu propósito!
Normalmente, o ser humano leva uma vida inteira para descobrir sua função e fazer a diferença. Mas para isso, tem às vezes que sair da rotina, e não fazer tanto sentido.
O homem importa-se em ser útil para a sociedade porque é um ser social. E então se esquece de sentir o gosto da água.

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