quinta-feira, 3 de junho de 2010

Afinal, pra que as Auto-Mazelas?

"Frente às adversidades, veja Deus!
Então erga-se e inspire-se!"


(Parte do Livro "As Vertentes do Sofrimento" de Sesinando F.)

Um dia Deus falou comigo através de uma situação que parece tão comum, não porque em si seja, mas porque, apesar de dramática, a sociedade aprendeu vê-la desta forma: Numa das ruas mais conhecidas do centro do Rio de Janeiro, estava um homem, mais um pedinte, que queria ver a forma mais eficaz de chamar a atenção. Era mais um aleijado no meio da sociedade focada em seus afazeres. Um aleijado, coxo das duas pernas, fazia à aproximadamente três meses a mesma rotina – de aproximadamente nove às dezessete horas ficava deitado, sempre em posição desconfortável, na calçada, próximo ao meio fio, batendo um copo plástico onde se tilintavam moedas. Um dia eu o vi, na mesma rua, conversando, vivendo esta dicotomia. Naquele momento, ele pareceu-me menos aleijado e mais cidadão; não que não o fosse, mas ressalto o sentido de se querer assumir um lugar, ocupar um espaço... . Deus falou comigo: este homem não é só um aleijado, ele tem um espírito de miserabilidade.

Ainda que se aceite que os problemas pelos quais Jó passou sejam o parâmetro de sofrimento vivido em perspectivas físicas, psíquicas e sociais, há uma forte tendência de um indivíduo achar que seus problemas são terríveis demais, e assim dá-se excessiva ênfase à auto-mazelas e auto-piedades. Em contra-posição, Deus requer esforço e bom ânimo, pois que nada na vida é conquistado sem entusiasmo. E para aqueles que dizem que o dia a dia é massacrante, Jesus diz no livro de Mateus, capítulo 11, versículo 28 que “... a carga posta no homem é leve... “, desde que eles estejam sob Seu jugo (sujeição) e Suas regras.

Para Jó, Deus quis se revelar de forma pessoal e sobrenatural, não sujeito a preceitos e tradições, modificando as concepções da época que afirmavam que todo sofrimento era inevitável conseqüência de pecados. Todavia, o Senhor também usa os percalços da vida para sensibilizar o coração, muitas vezes cauterizado pelas coisas da vida; sentimento este que pode ter origem na idéia de que são normais as injustiças e as mazelas num mundo que quer provar que o mais forte e o mais rápido fisicamente vence.

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