sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Comprar e Vender


Tenho muitas vezes a impressão de que a vida se resume em comprar e vender. E não é incoerente afirmar que até mesmo as pessoas têm um preço o qual não necessariamente alude à dinheiro; este preço pode fazer alusão a laços pessoais, profissionais, éticos, religiosos, em suma, aonde estiver prostrado o coração humano.
Logo, é oportuno concluir que qualquer um é subornável, ainda que não esteja à venda?
Basta descobrir e pagar o preço certo?

Aprendemos, sssim, a auferir valor às coisas e às pessoas; porém, a questão fundamental é subestimar ou supervalorizar os meios para se angariar aceitações, empatias, espaços e/ou recursos. As contas, o marketing, as máquinas são exemplos de meios ou métodos empenhados para insinuar ou sistematizar ou ainda efetivar as estatísticas.
Num plano ético, não sórdido, há negociações daquilo que se produz; um professor compra e vende idéias, além de vender aqueles que as assimilam; traduz-se: “preparar as pessoas para a vida”.
E um médico? Ele compra e vende conhecimento, experiência, habilidades, “vende presteza”... .
Enfim, de uma forma geral todos somos assim... .
E com base neste raciocínio parametrizado pelo mercado, o mundo se adapta aos valores, ou os valores se adaptam as circunstâncias?
Em uma sinopse: o mundo desenvolve-se em função de compras e vendas de acordo com atribuições de valores.
Ah, se as pessoas pudessem ou soubessem viver segundo uma genuína expressão do coração! Mas infelizmente não tem como, porque aprendemos que um cartão adornado com palavras sinceras tem menos valor que um eletrodoméstico.
É! O ser humano está à venda!
Clama-se para que este preço fique cada vez mais alto ou relativo ou que pelo menos não se descubra o preço final; e isso na ótica tanto de quem compra como na de quem vende!
Posso afirmar como economista que todos e tudo têm um preço, e pode ser vendido.
Quem conseguir descobrir o preço, quiser e puder pagá-lo, possuirá....
Graças a Deus tal verdade tende a ocultar-se, ou desvalorizar-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário