terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quando o Homem de Deus Gera o Mal...

"Frente às inevitabilidades,
perceba Deus! E quebrante-se, inspire-se!"
Ah, eu sei que é difícil... !

(Parte do Livro "As Vertentes do Sofrimento" de Sesinando F.)

O segundo livro de Samuel relata a história de um rei que indignou-se deveras com a atitude de um homem, conforme relatado pelo profeta Natã. Este rei, ainda que fosse, no conceito do próprio Deus, “a menina dos Seus olhos”, sem escrúpulos agiu, negligenciando qualquer sentimento de culpa e de honra.
“O Senhor, pois, enviou Natã a Davi. E, entrando ele a ter com Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico tinha rebanhos e manadas em grande número; mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; ela crescera em companhia dele e de seus filhos; do seu bocado comia, do seu copo bebia, e dormia em seu regaço; e ele a tinha como filha. Chegou um viajante à casa do rico; e este, não querendo tomar das suas ovelhas e do seu gado para guisar para o viajante que viera a ele, tomou a cordeira do pobre e a preparou para o seu hóspede. Então a ira de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem; e disse a Natã: vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso. Pela cordeira restituirá o quádruplo, porque fez tal coisa, e não teve compaixão. Então disse Natã a Davi: Esse homem és tu! ... A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua mulher tomaste para ser tua mulher; sim, a ele mataste com a espada dos amonitas. Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher.” (II Samuel 12.1-10).

O ser humano tem esta característica: julga quando ele próprio está sujeito a errar, ou até mesmo esteja já inserido num contexto semelhante de erro.
A diferença visível entre um homem "considerado" bom e um "considerado" mal é que os erros do primeiro tendem a não se evidenciarem; muitas vezes é que um fora pego e o outro não. Além de que, quando um porco no chiqueiro é comparado com outro porco no mesmo habitat, ambos são vistos sujos; todavia, quando um porco no chiqueiro é comparado com outro porco fora do chiqueiro, pode até ser que um esteja mais limpinho do que o outro, mas jamais deixam de ser porcos.

Contemplando-se um modelo de perfeição e ao confrontar-se com a luz, a sujeira torna-se evidente. E assim, a consciente necessidade de um Justificador faz com que não se ignore o fato de que a ocasião e/ou as oportunidades podem originar e consumar más atitudes ou velhos intentos. Portanto, “aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide para que não caia” (I Coríntios 10.12) , pois “a ocasião costuma fazer um ladrão”.

Um comentário:

  1. Quando julgamos a nós mesmos somos em extremos condescendentes porém, quando julgamos os outros agimos na maioria das vezes sem compaixão.

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