sábado, 30 de abril de 2011

E a Amizade Continua... .

Tomo mais cuidado com os amigos porque meus inimigos não estão próximos.

Na minha vida constatei com pesar que as pessoas que mais me decepcionaram foram os amigos e os homens de bem. Não aqueles dissimulados, mas pessoas com boa intenção.

Homens íntegros e sábios, Mário e Luiz eram grandes amigos. Confabulavam e meditavam sobre uma questão que tanto conturbou o ânimo de Jó, talvez até mais do que a realidade funesta em que Jó se encontrava - SEUS MAIORES AMIGOS, OS QUAIS VIERAM PARA CONSOLÁ-LO (CONFORME RELETADO EM JÓ 2.11), O ATORMENTAVAM (acendendo, inclusive, a ira divina, vIde Jó 42.7). De fato a dor física, moral, a perda de filhos e de riqueza são gravíssimos atenuantes para configurar a derrota de alguém. Estes problemas foram ainda mais enfatizados já que os amigos de Jó revelaram-se terríveis acusadores ao darem, unanimemente, um parecer errôneo e simplório: "tu sofres Jó, simplesm,ente porque pecou e pecas gravemente".

Mário então adoecera. Começara a manifestar uma síndrome a qual progressivamente comprometia seus movimentos, sua coordenação motora. Luiz, teólogo e líder de uma comunidade evangélica, se sentiu na obrigação de emitir seu parecer. Não seria inteligente e nem coerente afirmar, generalizando, que o homem sofre simplesmente porque peca ou pecou. Consoante a uma visão atual, Luiz olha o doente e diz enfaticamente: "ESTÁ COM DEMÔNIO!". E ora com fervor e veemência para que o espírito imundo se retire, porém, como naquele corpo não residia potestade malígna alguma, a oração passou a não ter propósito e sentiido. Aí, a culpa passou a ser do adoentado, e Luiz diz: "É! ELE NÃO TEM FÉ"!

Passou-se um tempo. Mário e Luiz não se viam fazia quase um ano por circunstâncias da vida, nada mais que isso. A doença de Mário já se encontrava em estado avançado (segundo o que determinava seus genes) qusndo voltaram a se falar. Ressalta-se que os dois buscavam com a mesma intensidade a Deus, contudo, sem questionar Seus desígnios; afinal, criam sinceramente que em tudo há um propósito. Luiz, contemplando seu amigo, finalmente chegou a uma conclusão: "MÁRIO, VOCÊ ESTÁ ASSIM PORQUE SIMPLESMENTE NÃO BUSCA A DEUS O SUFICIENTE."
Ah! E paradoxalmente, os dois continuavam a tocar suas vidas como antes, sem permitir que a fé perdesse suas forças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário